Que a saúde se difunda sobre a terra
Saúde, muito mais que ausência de doença, é o resultado das condições – objetivas e subjetivas – que propiciam uma vida digna. Isso significa que a produção da saúde da população depende do conjunto das políticas públicas. Esse entendimento, que pautou desde o início o movimento pela Reforma Sanitária, é retomado com vigor no contexto atual, em que convergem diversas iniciativas de repolitização da luta pelo direito à saúde no Brasil.
Por isso, espera-se um amplo debate entre gestores, trabalhadores de saúde e usuários, nos âmbitos municipal, estadual e nacional, que paute as necessidades e os desafios para as diversas esferas de gestão e os diferentes setores do Estado. Em um país marcado por profundas desigualdades sociais, a promoção da eqüidade constitui um desafio de primeira grandeza, a ser assumido pelas políticas públicas. No campo da Saúde, isso implica o enfrentamento das vulnerabilidades e iniqüidades que atingem segmentos específicos, tais como mulheres, idosos, crianças, população negra, grupos de orientação sexual – GLBT –, populações do campo e em situação de rua.
“O Brasil não é para principiantes”, disse Tom Jobim, um dos compositores mais populares do século XX. Pois se evidencia um progresso considerável em alguns aspectos das condições de saúde da população e do sistema de saúde, em franco contraste com a estagnação ou mesmo deterioração de outros indicadores. Como uma das dez maiores economias globais, o Brasil ainda tem um longo caminho a percorrer até atingir os níveis de saúde vigentes nas nações mais prósperas do mundo.
E o papel dos profissionais da saúde se encaixa na promoção da boa saúde juntamente com a população. O cuidado e a atenção com a saúde devem ser sempre relevantes em qualquer contexto e em qualquer época. Deve-se persistir numa saúde mais justa e humanizada para que seja cumprido o que diz a Constituição Federal de 1988: “a saúde é um direito de todos e