Quarta parte do discurso do método
As primeiras meditações realizadas pelo autor causam-no insegurança, pois ele as descreve como incomuns e metafísicas, o que poderia trazer algum desconforto aos demais. No entanto, ele opta por mencioná-las com o objetivo de constatar se os seus fundamentos são firmes. Por dedicar seu tempo à pesquisa da verdade, o mesmo decidiu agir de forma contrária e rejeitar como falso aquilo que pudesse gerar algum tipo de dúvida, para que ao final pudesse restar algo completamente incontestável. O homem ao raciocinar pode cometer enganos, incluindo ele próprio. Sendo assim, ele pôs se a considerar que o que entrava em sua consciência não era mais correto que as ilusões de seus sonhos. No entanto, ao mesmo tempo que queria pensar de que tudo era falso, fazia-se necessário pensar de que ele próprio fosse algo. Com base nisso, considerou que ele era o que pensava. Era através da análise sobre o que ele era e duvidando da verdade das coisas que ele provava sua existência. Para o autor, sua essência consistia no pensar, não necessitando de algo tangível, como a matéria e o corpo. Mas para pensar era preciso existir, então concluiu que poderia tomar como verdade aquilo que concebesse como sendo muito claro. Tendo, assim, refletido sobre o que duvidava, foi decidido investigar as raízes de onde aprendera a pensar, e imaginou que poderia ser fruto de alguma natureza mais perfeita. Era difícil admitir que do nada se origina alguma coisa e que não seria possível tirá-la de si próprio. Restou então supor que isso tivesse sido colocado nele por uma natureza mais perfeita que a dele (Deus), que havia recebido tudo o que ele possuía e ainda mais. Nenhuma das imperfeições que existia nele, existiam em Deus, mas todo o resto existia. Sendo assim, a duvida a tristeza e a inconstância não poderiam existir em Deus
Ademais, o autor também tinha muitas idéias relativas às coisas tangíveis, como o corpo. Para ele a natureza inteligente era distinta da corporal, e ao