Quarta lição
Após essa discussão, Freud se contrapõe ao paradigma de que crianças não teriam instinto sexual. A maioria do que foi reprimido é de ordem sexual, e não ocorre em outras excitações mentais, o que Freud afirma não saber explicar mas que através da observação foi capaz de identificar.
O fato de nenhum outro médico ter explicado isso antes seria resultado dos princípios de repressão a que também estão sujeitos, princípios estes, igualmente identificados por Freud em seus pacientes.
Seus estudos apontavam para épocas que não datavam do presente momento, o que o levou a afirmar: “só os fatos da infância explicam a sensibilidade aos traumatismos futuros (...) foram os desejos duradouros e reprimidos da infância que emprestaram á formação dos sintomas a força sem a qual teria decorrido normalmente a reação contra traumatismos posteriores. Estes potentes desejos da infância hão de ser reconhecidos, porém, em sua absoluta generalidade, como sexuais”. A vontade de não se estudar sobre a vida sexual infantil é a tentativa de não trazer a tona os mesmos desejos reprimidos.
O surgimento dos sintomas e das primeiras impressões ligadas ao sintoma se relacionavam com eventos da adolescência ou da infância de seus pacientes, quando as memórias esquecidas do passado voltavam à consciência, o sintoma perdia sentido e sumia. Os eventos infantis eram os desejos de ordem sexual que haviam sido reprimidos.
O conceito de sexualidade daquela época era de algo exclusivo de adultos e para a reprodução. Freud diz que a sexualidade infantil independe da procriação, somente mais tarde teria essa função. Ele contradiz os princípios dos ensinos da época, que afirmavam o início da sexualidade como exclusivo da puberdade.
Freud entende a sexualidade como prazer obtido