Quarenta
De acordo com o pacto colonial, a economia da colônia portuguesa na América deveria ser complementar à da metrópole. Em outras palavras, a colônia deveria produzir ou oferecer bens que fossem capazes de proporcionar lucros aos comerciantes e ao governo de Portugal. Esses lucros precisavam ser altos o bastante para colocar o reino em condições de rivalizar com outras potências europeias e justificar os grandes investimentos feitos na colônia.
Na falta de ouro e prata, os primeiros desses bens foram produtos nativos da terra, principalmente o pau-brasil. Mas as possibilidades de comercialização desses produtos eram relativamente limitadas e sua exploração não levava ao povoamento da imensa área territorial da colônia. Era preciso encontrar outro bem que, extraído da terra ou produzido sobre sua superfície, atendesse as duas necessidades: povoar o território e manter Portugal entre as grandes potências europeias.
Esse bem existia. Plantadas nas ilhas do atlântico (atuais Madeira e Cabo Verde), a cana de açúcar fornecia um produto tão doce quanto o mel e quase tão lucrativo quanto o ouro. Com ele, Portugal proporcionaria ao mundo o primeiro artigo de consumo em grande escala. Esse produto era o açúcar.
A economia do açúcar
A concepção que orientou a estrutura da exploração econômica na colônia portuguesa foi claramente mercantilista. Ao adotar essa politica, o principal objetivo era gerar lucros em grande escala para o comércio e a Coroa de Portugal. Por isso, desde o começo a economia da colônia assumiu o caráter exportador ou agroexportador. Para maior rentabilidade, a economia se baseava na monocultura de produtos tropicais, na grande propriedade da terra e no trabalho escravo. Com êxito, essa política definiria as características básicas de toda a colonização portuguesa na América.
Plantada das capitanias da Bahia e de Pernambuco, a cana de açúcar consolidaria a colonização portuguesa na América. Algumas circunstâncias econômicas,