Quando o adoecimento assombra e une o grupo familiar
Quando o adoecimento assombra e une o grupo familiar
pulsional > revista de psicanálise > artigos > p. 40-48 ano XVIII, n. 184, dezembro/2005
Este trabalho é parte de uma pesquisa em desenvolvimento na Universidade Federal de Juiz de Fora e compreende uma investigação da história geracional familiar e suas implicações no adoecimento do corpo, assim como na dinâmica fantasmática intersubjetiva. Baseado em um estudo de caso, apresentaremos trechos de uma entrevista com um grupo familiar em que um dos membros teve câncer no palato superior. Apresentamos a questão do adoecimento do corpo do sujeito como uma representação dolorosa e real, denunciando uma possibilidade de transformação da história familiar patológica.
> Palavras-chave: História familiar, adoecimento, corpo, transformação
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The present paper is part of an ongoing research project, at Federal University of Juiz de Fora, on family generational history and its implication to body illness, and on the dynamics of inter-subjective fantasy. Based on a case study, excerpts of a family interview, in which a family member with cancer on the superior palate took part, are discussed. We introduce the question of subject’s body illness as a painful and real representation, pointing to the possibility of transforming the family pathologic history. > Key words: Family history, illness, body, transformation
Adoecimento: o fantasma que une o grupo familiar
Podemos compreender a família como um grupo que possui organizadores psíquicos inconscientes que pré-determinam a sua formação e a relação envoltória entre seus membros e o meio externo. A formação do
grupo familiar não possui os mesmos organizadores psíquicos de um grupo qualquer, e parte de um encontro da realidade imaginária do casal e de suas heranças ancestrais, marcados por organizadores específicos (Anzieu, 1993). Assim, também, ressalta Eiguer
(1985) sobre a questão da