Qualidade de vida terceira idade
O presente estudo foi delineado com o intuito de perceber, no domínio da psicogerontologia, qual o impacto da dependência funcional e do meio ecológico ao nível do sentimento de solidão, em idosos institucionalizados. O conceito de solidão é diferenciado em solidão social e solidão emocional, de acordo com o modelo relacional de solidão de Weiss
(1973). O objectivo primordial deste estudo é procurar compreender como a autonomia funcional e o meio ecológico influenciam a solidão social. No entanto, procedeu-se, de igual modo, ao estudo do impacto daquelas duas variáveis ao nível do sentimento de solidão emocional. Para esse efeito foram delineados estudos comparativos e correlacionais.
Neste estudo participaram 36 indivíduos, do sexo feminino, institucionalizados e sem deterioração cognitiva. Foram seleccionadas 24 idosas num lar de Lisboa e 12 idosas em três lares do concelho de Elvas, Alentejo. Utilizou-se o MAB (Método de Avaliação
Biopsicossocial – Botelho, 2000), para classificação da autonomia funcional. Posteriormente, foram criados três grupos, com base na avaliação da funcionalidade e no meio ecológico: independente/urbano, dependente/urbano e dependente/rural. A cada participante foi aplicada, de forma individual, a Escala de Solidão Emocional e Social (Stroebe, Stroebe,
Abakoumkin & Schut, 1996).
Os resultados obtidos sugerem que (a) entre os idosos dependentes e independentes, institucionalizados em meio urbano, não existem diferenças ao nível dos sentimentos de solidão social e emocional; (b) entre os idosos dependentes, institucionalizados no meio urbano, e os idosos dependentes, institucionalizados em meio rural, existem diferenças nos sentimentos de solidão social e emocional; (c) a existência de um confidente está correlacionada com um baixo sentimento de solidão social; (d) o estado civil está indirectamente correlacionado com o sentimento de solidão emocional, sendo que as participantes viúvas são as que menos sofrem