Qual o valor da natureza?
A semente cai, o solo no cio a acolhe, brota uma nova vida. Quanto vale apreciar e usufruir dessa bela paisagem?
Quanto vale a água, os solos e o ar límpidos? Nas eleições de 2010, as urnas brasileiras ecoaram insistentemente por todo o país surpreendentes 20 % de votos verde natureza. A nossa primeira presidenta da república, como 40ª. mandatária de nossa história, certamente será cobrada pela sociedade a empreender fortes ações na área da sustentabilidade ambiental. A faixa presidencial nunca antes na história desse país teve um viés verde tão forte!
O capital oriundo da natureza, denominado capital natural, é composto por recursos, sistemas vivos e serviços do ecossistema. A apropriação dos recursos naturais é uma longa história de atuação humana, as ações antrópicas, em prol da depredação, do desperdício e da depleção do capital natural. Nos últimos cinquenta anos, o mundo perdeu um quarto da camada superior do solo e um terço da cobertura florestal, sem ao menos ter estudado toda a diversidade de vida desses sistemas. A valoração dos recursos naturais encontra resistências em poderosos interesses, e sua exploração é tão intensa que o ser humano parece viver em um ecossistema com recursos ilimitados. Teorias econômicas que obtiveram êxito tempos atrás, já não funcionam num mundo globalizado, densamente povoado e ávido por consumo.
A economia jamais atribuiu um preço ao trabalho da natureza, mas os elementos naturais prestam o que se convencionou chamar de serviços ambientais. O termo não é novidade entre os ambientalistas, mas aparece com frequência cada vez maior fora do mundo verde. Há um projeto em desenvolvimento pelas Nações Unidas, que tem como meta destrinchar o valor econômico dos ecossistemas e da biodiversidade do planeta. Está cada vez mais claro que água limpa, ar despoluído, oceanos produtivos e solos férteis custam, sim,