Pós-operatório de transplante cardiaco e tratamento imunossupressor
Vol XV No 3
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Artigo de Revisão
Pós-operatório do transplante cardíaco e tratamento imunossupressor
Ellen Barroso, Marcelo Iório Garcia, João Carlos Pinho e Marcos Vinícius Guedes
Cardiologistas do Serviço de Cirurgia Cardíaca do HUCFF/UFRJ e HUPE/UERJ
A permanência no CTI de um transplantado cardíaco com evolução favorável é em média de 7 a 10 dias, podendo prolongar consideravelmente sua internação em função de algumas complicações hemodinâmicas, infecciosas, renais, digestivas, neurológicas e metabólicas que são frequentes nesses pacientes. Todos os materiais de reanimação devem ser previamente esterelizados. Cuidados de assepsia rigorosa devem ser observados dentro do contexto do tratamento imunossupressor que tem início antes da cirurgia com a utilização da associação da Ciclosporina, Azatioprina e dos Corticosteróides. No pós-transplante não há necessidade de isolamento rotineiro, o qual somente estará indicado durante episódios infecciosos ou em situações de colonização por germens multirresistentes ou doenças transmissíveis. Alguns centros transplantadores divergem quanto à questão do isolamento no que diz respeito aos primeiros dias do pós-operatório, em que entre os mais conservadores são exigidos o uso de máscaras, capotes, luvas por parte dos membros da equipe médica e de enfermagem. O uso contínuo das máscaras não é necessário, mas é importante usá-las em situações específicas como, por exemplo, durante contato com pacientes infectados, doenças transmissíveis e períodos de maior imunossupressão.
A lavagem das mãos é o procedimento mais importante preconizado na prevenção e controle das infecções.
Cuidados clínicos imediatos:
São semelhantes aos observados para todos os pacientes submetidos a uma cirurgia cardíaca convencional: exame físico com atenção especial aos sinais de disfunção ventricular direita e esquerda e as medidas da frequência cardíaca, pressão arterial, diurese horária, sangramento pelos drenos, temperatura.