Pós graduação
Os invertebrados bentônicos compõem um grupo de grande importância ecológica em ambientes aquáticos continentais, participando das cadeias alimentares e constituindo um dos elos principais da estrutura trófica do ecossistema (Abílio et al, 2007). Estes grupos de invertebrados habitam o fundo de ecossistemas aquáticos durante pelo menos uma fase do seu ciclo de vida, são sedentários e alimentam-se próximo de onde vivem (ROSENBERG & RESH, 1993). Tais organismos são representados por Arthropoda (insetos, ácaros, crustáceos), Mollusca (gastrópodos e bivalves), Annelida (oligoquetos), Nematoda e Platyhelminthes (Hauer e Resh, 1996), os quais apresentam graus diferenciados de sensibilidade as alterações naturais ou antrópicas do ambiente (Callisto et al, 2001). Diversos estudos utilizam a comunidade bentônica na avaliação ecológica dos corpos de água corrente (Eaton 2003, Queiroz & Silveira, 2006), uma vez que sua estrutura e distribuição refletem as principais características do ambiente, entre elas, a qualidade e a disponibilidade do alimento presente, o tipo de substrato (arenoso, pedregoso, plantas aquáticas), a velocidade do fluxo (correnteza ou remanso), a temperatura da água e a quantidade de oxigênio dissolvido (TOWNSEND et al., 1997).
Os insetos aquáticos destacam-se em diversidade e abundância (Hynes 1970) e, dentre estes, as larvas de Chironomidae representam freqüentemente cerca de 70 a 80% da fauna na maioria dos ambientes aquáticos de água doce (Trivinho-Strixino & Strixino 1995). Esta família ocupa uma posição importante na dinâmica trófica de ecossistemas aquáticos continentais devido a sua abundância numérica e o papel na reciclagem de nutrientes nos sedimentos (Abílio et al, 2005). Entretanto, muitos estudos têm negligenciado esses organismos na caracterização de sistemas aquáticos (Hardwick et al., 1995) devido a dificuldade de identificação das larvas em um menor nível taxonômico (Wilson & Bright, 1973; Ruse, 2000). As larvas de