Purificação de fungos
Prof. Sidney T. G. Bastos
Dept. de Micologia/CCB/UFPE
A purificação de culturas fúngicas tem por objetivo eliminar microorganismos contaminantes (bactérias e/ou fungos) do fungo em estudo a fim de obter culturas puras para aplicações posteriores (estudos de taxonomia, fitopatologia, bioquímica, fisiologia, genética, citologia, etc.). Para eliminar os microorganismos contaminantes podem ser utilizadas técnicas extremamente simples ou mesmo algumas variações de determinadas técnicas.
1. TÉCNICA DA LAMÍNULA
Esporos ou fragmentos de micélio de uma cultura fúngica contaminada por bactéria são transferidos para uma placa contendo meio de cultura. O ponto de inoculação do esporo ou micélio é coberto com uma lamínula esterilizada por flambagem em chama (mergulhar a lamínula em béquer contendo álcool e, após, colocá-la em chama do bico de Bunsen), comprimindo-a levemente a fim de serem retiradas eventuais bolhas de ar. A seguir, sobre a lamínula, depositar uma fina camada de meio de cultura fundido e esfriado até aproximadamente 45°C. Esta última parte pode ser omitida, no entanto, o objetivo pode muitas vezes não ser atingido. Como a maioria das bactérias são aeróbicas (isto é, não sobrevivem na ausência de O2) e os fungos podem crescer em anaerobiose parcial, estes crescem sob a lamínula e através da camada de meio de cultura, podendo ser isolados como cultura pura. Uma variação da técnica acima pode ser descrita do seguinte modo: a. em uma placa contendo meio de cultura, retirar com auxílio de um furador (com 3 mm de diâmetro) um disco de agar. O furador deve ser esterilizado em chama e esfriado na própria placa. b. retirar da cultura fúngica contaminada com bactéria um disco de agar com 3 mm de diâmetro e com uma alça de platina transferir para a placa descrita no item anterior. c. cobrir com uma lamínula esterilizada pressionando-a levemente para a retirada de bolhas de ar. A