Purgatório

O Nascimento do Purgatório

Introdução

Este trabalho tem por objetivo mostrar como foi o surgimento do Purgatório e sua aceitação pelos religiosos cristãos na Idade Média. Le Goff nos mostra que o Purgatório é uma relação entre céu, paraíso e inferno, sendo uma invenção do século XII que influenciou na política e na sociedade medieval. Ou seja um lugar onde os pecadores ficariam até serem julgados (julgamento final). Jacques Le Goff nasceu em Toulon em 1924, se tornou especialista em Idade Média e realizou importantes estudos a respeito da Antropologia histórica do Ocidente Medieval e é membro da chamada "Escola dos Annales". Dentre tantos trabalhos Le Goff é autor de vários livros onde um deles é: O Nascimento do Purgatório, que é a fonte base do nosso trabalho, escreveu esta obra em 1981. A relação entre Céu, Paraíso e Inferno já tinha sido pensado por Santo Agostinho, que é considerado por Le Goff o pai do Purgatório. Antes do surgimento do Purgatório havia apenas dois caminhos para o mundo do além: o Inferno e o Paraíso. Com o seu surgimento temos um terceiro caminho que poderia salvar o individuo dos seus pecados e dar a ele a esperança de uma nova chance. Este terceiro lugar (Purgatório) tinha como símbolo o fogo, mas não o fogo que queima mas sim o que pune.

Agostinho parece ter captado a continuidade que, apesar das mudanças de sentido fundamentais, liga certas concepções antigas do fogo a concepção cristã:(LE GOFF,Jacques; p.24)

Agostinho classifica os mortos em quatro categorias: os totalmente bons, os totalmente maus, os não totalmente maus e os não totalmente bons. Os dois principais pecados eram: os veniais e os criminais, porém no fogo do purgatório só estavam os que possuíam pecados veniais, pois ninguém pode estar La com o pecado criminal. O individuo que estivesse no purgatório poderia ser salvo através de orações, missas e preces vindo de seus parentes mais próximos. A confissão e a penitência ainda em vida