Psicoterapia Cognitiva Construtivista
A pós-modernidade é marcada por uma grande alteração nos paradigmas científicos, principalmente aqueles nos quais as psicoterapias estão inseridas. Neste contexto é que surge o construtivismo terapêutico como uma resposta à pluralidade que é encontrada dentro de cada pessoa. Para tal, algumas concepções clássicas a respeito de cognição e emoção sofrem uma profunda alteração em seus princípios.
Na década de 90, com o avanço nas neurociências, a visão acerca da cognição mudou, surgindo, com Mahoney, o paradigma construtivista dentro das terapias congitivo-comportamentais. Neste novo paradigma, há relação estreita entre a cognição e as emoções. Muito da cognição e do conhecimento é criado a partir de uma experiência emocional. Os sentidos são construídos por sentimentos e pensamentos.
As emoções, que outrora eram consideradas inimigas e tóxicas para o equilíbrio humano, passam a ser consideradas fundamentais para o equilíbrio emocional, ou seja, de intrusas elas passam a ser essenciais para a ecologia do sistema.
De maneira geral, a concepção cognitiva construtivista considera as estruturas emocionais um dos mais fundamentais alicerces para que a edificação do conhecimento humano possa acontecer. Segundo vários autores, a emoção, em maior ou menor grau, sempre contribuirá para a formação dos significados no nosso sistema psicológico humano. Nesse sentido, seria virtualmente impossível considerar as estruturas cognitivas de significado sem que se agregue, de uma maneira ou de outra, o funcionamento emocional. Sem exceção, homens e mulheres de todas as idades, culturas, grau de instrução e nível econômico têm emoções, atentam para as emoções dos outros, cultivam passatempos que manipulam suas emoções e em grande medida governam suas vidas buscando certas emoções, enquanto procuram evitar outras desagradáveis (Damásio, 2000). Tal funcionamento emocional, portanto, é de central importância para a construção de significados,