Psicossoma
PSIQUE-SOMA: Uma compreensão winnicottiana
Alessandra M.
Novembro / 2013
APRESENTAÇÃO
Para iniciar o assunto de psique-soma na visão winnicottiana, será necessário explanar a forma como o autor pensou alguns conceitos. Sob essa perspectiva as experiências iniciais, principalmente da díade mãe/bebê, são estruturantes para o psiquismo, participam da organização da personalidade e dos sintomas. O bebê nasce em um estado de não integração onde os núcleos do ego estão dispersos e, para o bebê, estes núcleos estão incluídos em uma unidade que ele forma com o meio ambiente. A meta desta etapa é a integração dos núcleos do ego e a personalização: adquirir a sensação de que o corpo aloja o verdadeiro self. O objeto unificador do ego inicial não integrado da criança é a mãe e sua atenção (holding e handling).
A integração é obtida a partir de duas séries de experiências: por um lado tem especial importância a sustentação exercida pela mãe, que “recolhe os pedacinhos do ego”, permitindo a criança que se sinta integrada dentro dela; por outro lado há um tipo de experiência que tende a reunir a personalidade em um todo, a partir de dentro (a atividade mental do bebê). Chega um período em que a criança, graças às experiências citadas, consegue reunir os núcleos do seu ego, adquirindo a noção de que ela é diferente do mundo que a rodeia. Esse momento de diferenciação entre eu e não-eu pode ser perigoso para o bebê, pois o exterior pode ser sentido como perseguidor e ameaçador. Essas ameaças são neutralizadas, dentro do desenvolvimento sadio, pela existência do cuidado amoroso por parte da mãe.
A personalização: definida por Winnicott como “o sentimento de que a pessoa de alguém encontra-se no próprio corpo”. O autor propõe que o desenvolvimento normal levaria a alcançar um esquema corporal, chamando-o de unidade psique-soma.
Winnicott inclui entre as “necessidades do ego” tanto os