psicose
Glauco, pois, decidiu fazer o papel de Trasímaco, para que assim Sócrates pudesse convencê-lo de fato a respeito das virtudes da justiça.
Glauco observa três espécies de bens: o primeiro o qual se busca sem esperar conseqüências; o segundo trata-se de bens que ama-se por si mesmos, como o bom senso ou a visão. Já o terceiro trata-se de bens dos quais se busca um retorno direto, como uma profissão lucrativa.
Sócrates discorda da maioria dos homens, pois cria na “mais bela (...), na dos bens que, por si mesmos e por suas conseqüências, deve amar aquele que quer ser plenamente feliz”. (42)
Glauco, então insatisfeito com os argumentos de Sócrates a Trasímaco, procura entender o que geralmente se entende por justiça e qual sua origem; que aqueles que praticam-na não o fazem por vontade própria; que têm razão para agirem assim, dado que a vida do injusto, a priori, é muito melhor que a do justo.
Dentre os rodeios de que Glauco aborda o assunto, comenta sobre o senso comum de que é bom cometer a injustiça e mau sofrê-la. A origem da essência da justiça situar-se-ia em cometer impunemente a injustiça e sofrê-la quando se é incapaz de vingança.Entre os extremos opostos expostos por Glauco, a justiça é vista como falta de opção e não como um bem em si mesma. Glauco sustenta que, tendo o justo a oportunidade e o poder de cometer injustiças, ele não hesitaria, ou seja, ninguém seria justo por vontade própria.
O injusto, na argumentação de Glauco, é capaz de reverter-lhe uma situação desfavorável, se quer ser superior na injustiça, além do que o lado mais extremo da injustiça seria dissimulado, ou seja, parecer-se-ia justo não o sendo.
Já o justo