psicomotricidade

Psicomotricidade: Um breve levantamento histórico

Primeiramente, antes de abordar as definições da psicomotricidade, deve-se compreender o conceito da mesma, e para este ser possível, é necessário estudar o significado do corpo humano ao longo do tempo. A concepção de corpo sofreu inúmeras transformações desde a civilização oriental a civilização ocidental, passando pela idade média até os dias atuais.
Descartes considerou o corpo como objeto e fragmento do espaço visível separado do “sujeito conhecedor”. Somente no século XIX o corpo começa a ser estudado, em primeiro lugar, por neurologistas, por necessidade de compreensão das estruturas cerebrais, e posteriormente por psiquiatras, para clarificação de fatores psicológicos. (FONSECA, 1995, p. 9)
No início do desenvolvimento da civilização humana desvalorizava-se a importância da educação do físico, no qual o corpo era negligenciado em detrimento do espírito. Após esse período, alguns autores passaram a compreender o corpo como sistema de significações psicológicas. Dupré (1909) definiu o termo psicomotricidade no campo psicopatológico e Henri Wallon no campo científico.
Wallon, ao longo de sua trajetória, empenhou-se por demonstrar a ação recíproca entre funções mentais e funções motoras, tentando argumentar que a vida mental não resulta de relações unívocas ou de determinismos mecanicistas.
Segundo Fonseca (1995), Wallon e Guilmain, iniciarão as discussões sobre psicomotricidade, com o objetivo da reeducação psicomotora que mais tarde foram conduzidas pelos teóricos Ajuriaguerra e Soubiram.
Na década de 60, Wallon recebe o certificado de capacidade em reeducação da psicomotricidade. Segundo Fonseca (1995), Wallon se refere ao esquema corporal com uma construção que serve de base para o desenvolvimento da personalidade do indivíduo e não mera constituição biológica.
Por volta dos anos 70, ainda sob a influência de Wallon, outros autores como Picq e Vayer, Le Boulch, Lapierre e Auconturur, Defontaine