Psicologia

3436 palavras 14 páginas
De acordo com a literatura na área da Psicologia Escolar, os problemas escolares foram pensados, por muito tempo, como responsabilidade exclusiva de uma das partes envolvidas em sua estruturação e vivência: os alunos (Abramovay, 2003; Neves & Almeida, 2003; Costa, 1993). Desta forma, geralmente, quando alguém inicia um discurso relacionado ao contexto escolar, direciona o pensamento para aspectos "problemáticos" deste tema, envolvendo as chamadas "características pessoais" dos alunos, falando dos problemas de aprendizagem, dos que não conseguem ler e/ou escrever com significado, do número de reprovações, o que comprova a existência dessa não-aprendizagem ou mesmo de problemas de relacionamento interpessoal que promovem a retenção do aluno, além das estatísticas de evasão escolar (Costa, 1993; Ceccon, Oliveira & Oliveira, 1997). Fala-se ainda da agressividade e violência no ambiente escolar, de alunos que não respeitam os professores, não obedecem as suas ordens, desafiam sua autoridade, envolvem-se em brigas com colegas, fazem pichações e depredações na escola, alunos armados na escola, uso de drogas, ameaças, entre outros (Viana, 2004; Abramovay, 2003). Dentro deste amplo contexto, considerar os alunos como geradores e mantenedores dos problemas escolares mostra-se, na atualidade, paralisante e detonador de intervenções ineficazes (Neves & Almeida, 2003). Há estudos que focalizam a incidência de comportamentos agressivos entre alunos e a impaciência dos professores diante de suas dificuldades (Ceccon, Oliveira & Oliveira, 1997), apresentando atitudes que têm origem na falta de recursos materiais e de condições de trabalho, acúmulo de exigências que levam à sobrecarga, o encontro com uma prática distante dos ideais pedagógicos assimilados durante o período de formação; são fatores que incidem diretamente sobre a ação docente, gerando tensões em sua prática cotidiana e que não são apenas questões de cunho pessoal (Esteve, 1999).
Assim, vários são os

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