psicologia
A autoridade do pai, junto com todo o seu arcabouço simbólico e imaginário, passou por diversas transformações com o passar do tempo. Partindo do “pater famílias” romano, passando pela Revolução Francesa e seus ideais de liberdade, igualdade e fraternidade e até o que chamamos contemporaneidade, o poder atribuído ao pai vem se modificando, dando lugar a um modelo baseado na linearidade relacional, onde o que se destaca é a relação horizontal que se estabelece entre pai e filho.
Um olhar sobre o tema na história da humanidade pode traduzir e evidenciar a drástica mudança entre os modelos de autoridade paterna de ontem e os de hoje, mas tal mudança não se deu repentinamente e esteve, como ainda está, diretamente relacionada à conduta social do sujeito.
Na Roma Antiga a autoridade paterna era exercida em toda a sua plenitude. O “pater famílias” era o mais elevado estatuto familiar de que se tinha conhecimento e indicava sempre uma figura masculina. O termo em Latim significa, literalmente, "pai da família". No direito romano o pai exercia um poder supremo dentro de sua família, poder esse paralelo ao do estado e por este último respeitado. Esse pai, portador de um poder imenso, detinha uma autoridade que transcendia os assuntos terrenos e que derivava da autoridade divina, e por isso não poderia nunca ser questionado. Esse pai teria inclusive o direito de aplicar a pena capital ao filho, caso considerasse ter um motivo. Tal prerrogativa se estendia até mesmo após a maioridade do filho e só seria extinta a partir da morte desse pai. De acordo com Hurstel (1999):
“O homem era considerado em Roma o chefe político, religioso e juiz; era