psicologia
Ecléa Bosi
Quando Lévi-Strauss recorda em Tristes trópicos os jovens de São Paulo, evoca os nomes de seus encantadores discípulos como flores de um fresco ramalhete; o primeiro nome evocado é Annita. Trata-se de Annita de Castilho e Marcondes Cabral, a criadora do curso de Psicologia.
Os primeiros psicólogos tiveram de ser autodidatas que abriam seu caminho antes do aparecimento das Faculdades. Era na Escola Normal que se estudava Psicologia: ali se formaram os primeiros laboratórios e por ela passaram Claparède, Henri Piéron, Helène Antipoff, Köhler e outros nomes ilustres, voltados em geral para o tema da Educação. Dali surgiram os que impulsionaram a nascente Psicologia: Lourenço Filho, Noemi Silveira Rudolfer, Virginia Bicudo, Betty Katzens-tein... Esta tradição vem sendo mantida pelos nossos pesquisadores da área de Psicologia do Escolar.
O engenheiro suíço Roberto Mange orientava, já em 1926, grupos de pioneiros na Psicologia Industrial.
Quando foi fundada nossa Faculdade, a Psicologia tornou-se matéria obrigatória nos três primeiros anos de Filosofia.
Entre 1935 e 1944, Jean Maugüé ensina Psicologia; aluno de Brunschvicg e Charles Blondel, suas aulas abordavam a percepção, a memória, a vida afetiva... Discutia com os alunos a teoria da Gestalt, a Psicanálise, a Fenomenologia. A partir de 45, chegou-nos Otto Kline-berg, cuja orientação, em suas grandes linhas, ainda hoje seguimos.
Nossa fundadora foi aluna dileta de Maugüé, Bastide, Lévi-Strauss e, nos Estados Unidos, de Koffka, Heider, Wertheimer, teóricos da Gestalt. Em 1953, ela propõe à Congregação da Faculdade a criação do curso de Psicologia e, em 1957, inicia junto à sua Cadeira uma especialização em Psicologia Clínica.
Estava criado o curso de Psicologia na saudosa Maria Antônia, onde fomos alunos de Filosofia com Cruz Costa, de Antropologia com Egon Schaden e Gioconda Mussolini, de Sociologia com Rui Coelho.
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