psicologia

854 palavras 4 páginas
Faxineiras exercendo suas funções em hotéis

A Sociedade Invisível
Lutar contra a invisibilidade é um desafio. Ainda mais quando grande parcela da população não está pronta para lidar com as “pessoas invisíveis”. É comum ouvirmos relatos como da bilheteira Kênia Zeferino, de 20 anos, que trabalha no Terminal Rodoviário Governador Israel Pinheiro, que diz ter sido discriminada quando um advogado alegou que “bateria” nela caso não fosse atendido como desejava. Ele, por ser advogado, pensou que poderia tratar Kênia como quisesse apenas por ela ser uma bilheteira. Por pensar ser mais importante que ela, ele tratou-a com desprezo e agressão. O que ele não percebe é que assim como Kênia, existem outros tantos profissionais, em empregos modestos, que são tão importantes para a sociedade como ele, que é advogado.
Esse tipo de humilhação sofrido pela bilheteira Kênia é comum entre as pessoas que se tornaram invisíveis na sociedade, e é algo que acontece com freqüência a diversas pessoas, mas que nós sequer enxergamos. É uma conseqüência provocada pela cegueira pública. Episódios de humilhação como esse, podem levar as vítimas a processos depressivos.
No livro Homens Invisíveis: relatos de uma humilhação social o psicólogo Fernando Braga da Costa ressalta que o objetivo da espécie humana é aparecer e ser notado. Ser valorizado, de alguma forma, é parte integrante da passagem ela vida. É importante para o ser humano ser alguém, ter valor e ser notado por esse valor. É importante ter algum papel social relevante perante a sociedade. E, quando uma pessoa não é notada e não tem valor algum adquirido, ela se torna invisível e as conseqüências disso, na vida do indivíduo, são extremamente complicadas, indo da depressão ao suicídio.
O sistema capitalista é um dos maiores causadores desse fenômeno de invisibilidade e cegueira pública, pois as grandes diferenças entre classes sociais são o cenário mais comum de discriminação e humilhação. O antropólogo Luiz Eduardo Soares

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