Psicologia
À população brasileira,
Há muitos anos as mulheres lutam pelos seus direitos, e vêm conseguindo inegáveis avanços. Para que, hoje, possamos votar, trabalhar e usar calças jeans, muito sutiã teve que ser queimado em praça pública. Hoje, no auge de nossas independências, somos diretoras de grandes empresas multinacionais, engenheiras renomadas, grandes cirurgiãs, artistas, e ainda somos mães e esposas. Somos o que há de contemporâneo, de avançado, super heroínas do dia a dia que se desdobram em mil para atender às nossas próprias exîgências, e as da sociedade. Ninguem quer, afinal, menosprezar tanta luta, tanto sacrifício, tanto tempo querendo provar que podemos ser o que bem entendermos. Sou mulher e, assim como os meus deveres, tenho os meus direitos.
No entanto, existe um véu que cobre, ainda, todo esse avanço. Na grande maioria das vezes, isso é somente aos nossos olhos. Valorizamos cada conquista, cada meio centímetro percorrido a caminho da independência porque ela é nossa. Mas para os homens, para muitos deles, ainda somos, somente, mulheres. Seres difíceis de se entender. Ainda apanhamos, é verdade. Literalmente ou não. Muitas de nós morrem todos os dias, fruto da violência doméstica, da mão pesada daquele parceiro que escolhemos para amar. Morremos, também, de pouquinho em pouquinho com agressões verbais, descasos, desinteresses. Não é fácil ser mulher. Mais difícil ainda é lutar pelos nossos direitos, uma vez que, embora possamos gritar, nossa voz continua sendo abafada pelo machismo, patriarcalismo, e pelo preconceito.
Quem por nós? Nós mesmas. Quem contra nós? Todo resto. Feminismo já é ultrapassado, vitimização mais ainda. Sutiãs não precisam mais ser queimados. A sexualidade não precisa mais ser conquistada. Os direitos a trabalhar e a votar, também não. Isso tudo já foi alcançado. Acima de tudo, conquistamos o livre-arbítrio. Escolhemos nossas escolhas. Pelo que lutar agora?
Lutemos pela dignidade