Psicologia e Ciência

A PSICOLOGIA ENQUANTO CIÊNCIA: SUA ASCENSÃO ACERCA DOS ASPECTOS HISTÓRICOS, SOCIAIS, CULTURAIS E ECONÔMICOS

Frente à dissolução da ordem feudal e a consequente passagem do mundo medieval para a modernidade, surge um novo sistema denominado capitalismo, que se destacou como fator determinante para uma nova série de mudanças que abrangeram desde o contexto econômico até o social, político e, aqui em questão, o científico, voltado para o estabelecimento da psicologia como ciência.
Com a passagem da Idade Média para a Idade Moderna, dogmas e teorias baseados na força católica e na autoridade entraram em colapso e a razão passou a ser valorizada em detrimento da fé. Do mesmo modo, a chegada do novo sistema econômico possibilitou a quebra do conceito da predeterminação divina e deu lugar à possibilidade de ascensão social, caracterizando a sociedade agora pela sua divisão em classes sociais, a burguesia e o proletariado.
Nesse contexto, com a burguesia financiando a ciência, o Racionalismo e o Empirismo ganharam força e ascenderam, libertando a ciência de conceitos arcaicos, de modo a buscar conhecimento através da razão, experiência e observação, marcando desta maneira o período do nascimento da psicologia moderna. Assim, em meio a essas doutrinas filosóficas, destacou-se o racionalista René Descartes que trouxe grandes contribuições para o esboço da psicologia e traçou o ser humano em uma existência dual: a mente e o corpo.
A partir dessa nova concepção, outros pesquisadores importantes sucederam e a questão mente-corpo tornou-se tema de debate. O corpo agora era tido como uma máquina (concepção mecanicista do corpo) e os processos mentais, assim como em que parte do cérebro ocorriam, ganharam destaque no interesse científico uma vez que até então focos como a aprendizagem e memorização, por exemplo, ainda não haviam sido estudados pela filosofia. Deste modo, aos poucos, formava-se um objeto de estudo para a psicologia, a mente, que logo mais fundaria a