Psicologia existencial

Ano 1, vol. 1, 2005

Resenha de livros
Esta seção destina-se à apresentação de resenhas de livros de interesse para a bioética.

Bioética e Saúde Pública Fortes, Paulo Antônio de Carvalho & Zoboli, Elma Lourdes Campos Pavone (Orgs).
São Paulo: Edições Loyola, 2003. 167p. ISBN: 85-15-02702-X

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“O governo arma-se desde agora para o golpe decisivo que pretende desferir contra os direitos e liberdades dos cidadãos deste país. A vacinação e revacinação vão ser lei dentro em breve, não obstante o clamor levantado de todos os pontos ...o atentado planejado alveja o que de mais sagrado contém o patrimônio de cada cidadão: pretende se esmagar a liberdade individual sob a força bruta...” (Rio de Janeiro: Correio da Manhã, 7 de outubro de 1904).

trecho acima se refere a “revolta da vacina”, ocorrida em 1904 no Rio de Janeiro, comumente apontada como um dos marcos históricos na trajetória das políticas públicas brasileiras de saúde. Ignorando os benefícios trazidos pela campanha, muitas pessoas não aceitaram ser imunizadas e, como resultado, as primeiras campanhas de vacinação ocorriam sob protestos ou mesmo com o uso de força policial. Certamente, caso os elaboradores de políticas de saúde do início do Século XX tivessem usufruído as contribuições da bioética e mais especificamente da leitura do livro “Bioética e Saúde Pública”, os primeiros programas governamentais de imunização poderiam ter ocorrido de maneira mais tolerante e pacífica, visto que o livro explora alguns dos desafios morais presentes na saúde pública brasileira e apresenta a bioética como instrumento de trabalho precioso para mediação de situações onde há conflitos.

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Revista Brasileira de Bioética

O livro Bioética e Saúde Pública foi lançado durante o VII Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva, sob organização e co-autoria de dois membros da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa-CONEP: o médico Paulo Antônio de Carvalho Fortes, professor da Universidade de São Paulo e diretor da