Psicologia Comunitária: Crítica Reflexiva
Psicologia Comunitária: Crítica Reflexiva
Pouco antes do Golpe Militar que condenou o País a um longo período ditatorial, a profissão de psicólogo foi regulamentada no Brasil, isso em 1962. Nesse período o trabalho do psicólogo era definido a partir da clínica individual, da tarefa de avaliação psicológica, do acompanhamento de dificuldades de aprendizagem nas escolas e dos trabalhos de consultoria, recrutamento e seleção no contexto das empresas. Foi um período no qual o exercício da psicologia se adequava às necessidades políticas e econômicas do governo militar ditatorial vigente (Scarparo, 2005).
O conhecimento psicológico como instrumento de práticas em comunidades teve seus primeiros registros formais na década de setenta (Scarparo, 2005). Esses conhecimentos eram em questão da participação de psicólogos em trabalhos associados à educação e a saúde mental, especialmente para a prevenção. Para se estudar algo além desses trabalhos, e alguns autores diferentes que eram de literatura proibida naquele tempo, eram organizados grupos clandestinos.Na psicologia, com o desgaste da Ditadura Militar no Brasil, em meados dos anos setenta, havia manifestações que procuravam desmistificar as teorias psicológicas, discutindo suas origens ideológicas e os valores subjacentes às lógicas postuladas. Era um momento no qual se questionava o papel e a responsabilidade social da psicologia. Com o avanço da abertura política e dos movimentos sociais, muitas práticas psicológicas se integravam às perspectivas de emancipação social. Entretanto, o trabalho social não tem sido a perspectiva mais frequentes nas escolhas profissionais de psicólogos. Grande parte da formação e dos projetos profissionais se refere à lógica do profissional autônomo, bem sucedido, com um amplo cadastro de pacientes, na maioria particulares. Os profissionais que optam por um trabalho coletivo, tem na Psicologia Comunitária suporte teórico e metodológico para estruturar suas