Psicologia Aplicada àSaúde
É muito difícil desvincular a imagem do CTI da idéia de morte iminente e sofrimento. Nessas unidades a atmosfera é tensa e a apreensão por imaginar que o paciente está isolado e sofrendo contribuem para este estereótipo. Exige-se cada vez mais que profissionais integram o CTI tenham um posicionamento duro diante da morte, já que, ao contrário do que a cultura ocidental compreende, a morte é uma realidade constante. O papel do psicólogo que trabalha no CTI é equilibrar a atenção entre paciente, familiares e equipe médica. É um trabalho que objetiva um sofrimento menor diante da dor que sentem particularmente todas as três pontas desse triângulo. De acordo com Valdemar (2003), o paciente entra num ciclo vicioso onde a dor aumenta a tensão e o medo que, por sua vez, acentuam a dor e assim por diante. O psicólogo deve intervir neste processo a fim de somar ao tratamento medicamentoso e interromper este ciclo. Uma ponta de responsabilidade do psicólogo é o apoio aos familiares dos pacientes. Isso é extremamente importante pois trata-se do único vínculo que os internados tem com a sua vida fora do hospital. São eles que dão suporte ao paciente e motivam-no a não “entregar os pontos”. Esses familiares estão geralmente desestabilizados e com as suas vidas pessoais completamente desorganizadas. Dar conta disso e ainda conseguir-se manter num papel incentivador para o familiar internado é tarefa complexa e por isso a participação do profissional de psicologia é tão determinante.
Outro ponto a ser considerado e que equilibra essas outras forças é o cuidado psicológico com a equipe médica. Faz-se necessário estar atento a eles pois estes são alvo das expectativas dos pacientes e familiares. Sobre eles recai uma carga de responsabilidade que muitas vezes é desproporcional e, como forma de defesa, esses profissionais desenvolvem o não-envolvimento e deixam tão visíveis o seu