psicologa
Uma cidadezinha no interior de Minas, pacata que só vendo, a sinfonia era o vento que soprava, onde o barulho era só de gente, com sonhos de uma só realidade. Era onde morava Justino, Maria, sua mãe e o seu pai, o Zé da venda. Longe da cidade grande, as notícias vinham somente através do rádio, isso quando ele pegava, os ouvintes ansiavam para escutar o jogo da seleção do Brasil no México.
As crianças reuniam ao entardecer, lá aconteciam às brincadeiras da roça; como rouba bandeira, macaco disse, carrinho de rolimã, pique esconde, e por último a brincadeira mais desejada de Justino: uva pera ou maçã; era quando alguém ganhava um selinho que poderia ser até da menina desejada se a escolha fosse uva. Elas paravam de brincar logo que começava a escurecer, pois sem luz elétrica mal se dava para enxergar os outros, víamos somente os vagalumes piscando entre as árvores altas e o céu que era prateado de tantas estrelas, ás vezes éramos surpreendidos por estrelas cadentes, coisa muita rara. A cada por do sol, lá vem à jardineira, o povo descia até a Praça das Laranjeiras para olhar os chegantes, raro aparecer desconhecido. Nada do que acontecia despertava o interesse, tudo a mesma coisa de sempre, a não ser o seu Zé gritando cada vez mais alto do que de costume que sua vendinha estava a fechar: ‘’Quem comprou, comprou, quem não comprou não compra mais! Sem nenhuma manifestação se quer de resposta ao seu Zé toda a cena em pouco tempo se desfazia, ia cada qual para o seu canto e era sempre desse jeito.
Nova manhã chega sem desculpa, rompendo a madrugada, o sol escancarado dizendo: oh eu aqui minha gente! Ninguém queria saber do sol, queriam coisa nova, diferente que disparasse o coração, como diz o povo da cidade grande, queriam novidade.
Mas não tem jeito, vamos em frente! Diziam os homens das palavras ditas certeiras. Lá vinha o sentimento de que tudo era