psicolo
Jorge Forbes
Nos passos de Lacan
Escola de Psicanálise... que Escola? Não é qualquer uma, mas, a de
Lacan. Portanto, temos que nos orientar em seus passos conceituais para abordá-la. Pretendo desenvolver, ou ao menos marcar, o progredir desta questão em seus escritos que utilizei neste trabalho e começo com uma palavra sobre cada um.
De início seu texto: A situação da Psicanálise e a formação do psicanalista em 19562. Nele, o título destaca a íntima correlação da formação do psicanalista com a própria situação da Psicanálise. Enganamse os que pensam ser a questão institucional, os problemas dos grupos, sociedades, Escolas, um tema menor ou para aqueles afeitos a política partidária. A questão da escola está diretamente associada à finalidade da análise em sua dupla acepção: objetivo e término. Objetivo por caber a ela a manutenção da Psicanálise no mundo e término por garantir a formação dos analistas.
O artigo de 1956, que foi revisado em 1966 por ocasião da publicação dos Escritos, traz uma dura crítica à formação dos analistas nas instituições filiadas à Associação Psicanalítica Internacional (IPA, em inglês). Compara os chamados “analistas didatas” a beatitudes e chama a atenção que, conforme este modelo, o melhor que se pode alcançar ao final de uma análise é a identificação com o analista; grave deturpação da ética analítica.
1
Texto publicado em - A Escola de Lacan: A formação do psicanalista e a transmissão da psicanálise,
Campinas: Papirus, 1992, p. 9-19.
2
J. Lacan, Situation de la psychanalyse et formation du psychanalyste en 1956, in: Écrits, Paris, Seuil,
1966.
1
Em seguida destacaria O ato de fundação da Escola Freudiana de
Paris (1964) 3 que começa pelo famoso “Eu fundo tão sozinho como sempre estive na minha relação com a causa analítica”. É um texto que propõe a realização de uma tarefa e não a consagração de um trabalho
realizado.