Psico Social
A autora fala da significação da criança e de que tipo de comportamento pode ser considerado natural do ponto de vista social. Para isso, faz uma intersecção entre 3 agentes e como cada um deles contribui para criar o conceito de criança que temos na sociedade atual: são eles os pais, mídia e especialistas.
Do ponto de vista da psicologia/psiquiatria, o problema é a psiquiatrização da infância, com a massificação de doenças como o Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade, o Transtorno Desafiador Opositor e o Transtorno do Humor Bipolar, tomados aqui como produções de subjetividade, afeitas ao tempo histórico que compartilhamos. São construções de bioidentidades onde tudo pode ser resolvido com o remédio correto.
Estas teorias se tornam populares em cima da intensa midiatização da vida do ponto de vista psicológico.
Os pais dizem que o filho não se "comporta" porque não segue os padrões, inclusive com o aval da escola.
A mídia foi onde esses pais foram procurar respostas sobre o comportamento do filho. Como se ali estive o modelo pronto e refinado para ser seguido. E caso não fosse, deveria ser tratado. Retornando assim ao especialista num clico de perpetuação da naturalização do comportamento infantil.
O que parece ligar estes três pontos é a lógica de mercado. Tudo voltado para "produzir" com mais qualidade. Uma sociedade onde o mercado tem tanto poder para ditar os costumes que crianças são orientadas a serem focadas, e velhos a trabalharem sem se aposentar para terem mais "qualidade de vida". E quantas matérias nós mesmos já não lemos sobre isso?
Pelo mercado, os especialistas estabelecem o padrão do que é uma criança normal de acordo com o momento atual, reduzindo este "normal" a processos neurológicos, diagnosticam, receitam remédios e a indústria farmacêutica prospera.
Pelo mercado, os pais se preocupam