psicanalise
OS IMPULSOS
As duas hipóteses que acabamos de examinar são funda mentais para qualquer exposição da teoria psicanalítica. Elas formam a base, por assim dizer, sobre a qual repousa todo o restante; ou, se se prefere uma metáfora diferente, são os guias que dirigem e determinam nosso modo de formular todas as nossas hipóteses subseqüentes a respeito das diversas partes ou elementos do aparelho psíquico, e sua maneira de funcionar.
Prossigamos em nosso propósito de apresentar o esquema da mente que a teoria psicanalítica nos oferece por meio de um exame das forças instintivas que se acredita energicizá-la e impeli-la à atividade.
As teorias psicológicas que Freud desenvolveu eram sem pre orientadas, tanto quanto possível, no sentido fisiológico. Na verdade, como sabemos por sua correspondência que foi recentemente publicada, ele fez a mais ambiciosa tentativa de formular uma psicologia neurológica nos primórdios de 1890 (Freud, 1954). Foi obrigado a abandonar a tentativa porque os fatos não permitiam uma correlação satisfatória entre as duas disciplinas, mas Freud certamente compartilhou da con vicção, que é corretamente sustentada pela maior parte dos psiquiatras, e talvez também pela maioria dos psicólogos sem formação médica, de que algum dia os fenômenos mentais po derão ser clescritos em termos de funcionamento cerebral. Por enquanto isso não parece possível de se realizar satisfatoria mente, embora se tenham efetuado algumas tentativas interes santes nesse sentido. Ninguém pode dizer quando tais tentati vas serão coroadas de êxito, e nesse meio tempo os vínculos formais ou teóricos entre a psicanálise e os outros ramos da biologia são poucos. Os dois vínculos principais dizem respei to às funções psíquicas que se relacionam com a percepção
31
sensorial e com as forças instintivas chamadas “impulsos”, que formam o tema deste capítulo.
Inicialmente, uma palavra acerca da nomenclatura. O que aqui se chamam impulsos são também denominados