Psicanalise

O artigo aborda o momento em que se inicia a interlocução entre psicanálise e educação no Brasil.
A partir do século XX ocorreu no Brasil uma série de transformações políticas, econômicas, sociais e culturais que alavancaram o desenvolvimento do país, fazendo com que a psicanálise se implantasse no ambiente educacional. Observa-se o início da abordagem psicanalítica, a partir da introdução da “Escola Nova”, que trouxe o necessário para a abordagem pela psicanálise da criança no país, passando-se a entender os problemas escolares como a falta de disciplina e dificuldade de aprendizagem não como uma anomalia, mas através da perspectiva pautada no ambiente sócio-familiar da criança.
A “Escola Nova” surgiu como uma oposição a pedagogia tradicional, e a criança passou a ser entendida á partir de suas singularidades e não o determinismo genético de anteriormente nas práticas pedagógicas, passando-se assim a psicanálise ter um papel importante na educação brasileira.
Arthur Ramos em seu livro “A criança problema higiene mental na escola primária”, mostra como o ambiente social em que está inserida a criança é fundamental para lhe moldar a personalidade, muito além da herança genética proposta pela “Escola Tradicional”, sendo a família uma unidade fundamental para constituir-se a personalidade da criança. Segundo esta abordagem, crianças provenientes de ambiente familiar desfavorável “explodem” na escola através de atitudes como indisciplina e agressão para firmar sua personalidade.
Ramos aponta a relevância dos estudos sobre os “atrasos afetivo” para se compreender os problemas escolares, destacando a fase pós auto-erotismo infantil, que surge o complexo de Édipo em que a mãe passa a exercer o principal objeto de prazer do filho. O complexo de Édipo é considerado normal até os cinco anos de idade, porém quando ultrapassa esta fase, pode trazer como conseqüência um adulto com atrasos afetivos. O autor cita como exemplo a criança mimada em excesso, que não consegue