pscicologia juridica
Família: A família nuclear tem sido o referencial burguês, de classe média, de família ideal. É comum que as famílias pobres, que fogem desse padrão, sejam classificadas como “desestruturadas”, “desagregadas” sendo compreendidas como incapazes e como alvo necessário de tratamento psicológico, como se precisassem de tratamento ou de
“conserto”. Há uma patologização das famílias das classes pobres, a produção de estigmas (marcas que levam a ações preconceituosas e discriminatórias).
Esta cobrança em relação à família se dá pela construção que temos da infância e do papel que é dado a família para o cuidado com os pequenos. A família é o primeiro grupo onde o novo membro da sociedade é inserido, de forma que a construção da família que conhecemos hoje se deu para dar conta do desenvolvimento psicossocial das crianças. Elas acabam sendo o foco principal da construção da família, da forma como a compreendemos atualmente.
Nas questões jurídicas, estas cobranças vão aparecer com frequência nas Varas de
Infância que lidam com as crianças e adolescentes em situação de violação de direitos, onde muitas vezes se acredita que o trabalho do psicólogo é de tratar para que a família se torne adequada aos padrões.
É importante marcar que não é este o trabalho do psicólogo. A atuação do psicólogo nos tribunais, embora possa fazer uso das mesmas ferramentas, técnicas e teorias, o trabalho do psicólogo sempre terá compromisso com o contexto no qual se encontra, precisando estar atento às relações de poder existentes no tribunal e às relações nas quais estão inseridos aqueles que chegam à justiça para resolver seus conflitos. Desta forma, é um trabalho que se diferencia dos outros campos de atuação, como o consultório, hospitais, escolas e outros.
Violências: A violência é um fenômeno histórico cultural, acontece a partir de uma diferença de poder, onde há dominação. A dominação pode ser entre indivíduos, por exemplo, a violência doméstica ou