Prágmática
Pragmática
1. Linhas gerais
A pragmática analisa, de um lado, o uso concreto da linguagem, com vistas em seus usuários na prática linguística; por outro lado, estuda as condições que governam essa prática. Ciência de uso linguístico. Explica a linguagem antes da língua. Em outras palavras, os estudos pragmáticos pretendem definir o que é a linguagem e analisa-la trazendo para a definição os conceitos de sociedade e de comunicação descartados pela linguística saussureana na subtração da fala (das pessoas que falam).
Os fenômenos linguísticos não são puramente convencionais, mas também compostos de elementos criativos, inovadores que se alteram e interagem durante o processo do uso da linguagem. Ex: ... largou a ele... largou a ele a vida infeliz que eles tinham juntos...
Esse diálogo é a prova de que não é produtivo descrever a linguagem como sistema delimitável.
Explicar a linguagem em uso e não descartar nenhum elemento não-convencional: esses dois pontos comuns aos estudos pragmáticos formam uma linha derivada da história da preocupação com o uso linguístico.
2. Correntes da pragmática
Um tema comumente levantado pelos estudos pragmáticos são os funcionamentos e os efeitos dos atos de fala. Atos de fala é um conceito proposto por Austin para debater a realidade de ação da fala, ou seja, a relação entre o que se diz e o que se faz ( o fato de que se diz fazendo ou se faz dizendo).
Benveniste pretende classificar os atos de fala:
Atos compostos por verbo declarativo jussivo: “Eu ordeno que você saia”. Benveniste fala que verbos como ordenar, comandar, decretar como declaração de ação e jus à posição de autoridade para tal ação. Assim, “ordenar” declara a ação feita por quem fala como este deve estar apto a faze-lo.
Atos compostos por um verbo com complemento direto mais um termo predicativo: “Proclamo-o eleito vereador”.
Correntes de estudos pragmáticos: pragmatismo americano (William James); estudos de atos