Pragmatica
Saussure enfatizou a língua como objeto de análise da Lingüística e ignorou o papel individual da fala. Depois disso várias ligações se estabeleceram entre Lingüística, Psicologia, Filosofia e Semiologia, dando origem a novas concepções teóricas e práticas da linguagem. Vários teóricos, alguns até seguidores de Saussure, puseram em dúvida as dicotomias do mestre criando as bases de uma Lingüística da Fala, destacando a função das alterações individuais da linguagem. No entanto, para o estabelecimento da Lingüística da Fala os elementos afetivos de Charles Bally deram maior contribuição pela descoberta do valor estilístico da expressão.
A pragmática só vem surgir quando as ciências da linguagem se multiplicam em abordagens dos fenômenos lingüísticos pela necessidade de aplicação das teorias para resolver problemas práticos.
Em Maingeneau (1989:29-40) a cena enunciativa, lugar e cena, os gêneros discursivos e a pragmática são tratados como instituição discursiva ou prática discursiva. Para ele, na perspectiva pragmática, a linguagem é considerada como uma forma de ação e cada ato de fala é inseparável de uma instituição. Ele faz referência à ordem jurídica que regula naturalmente as relações entre sujeitos, atribuindo a cada um uma função que se reflete na atividade da linguagem, permitindo ou autorizando um contrato, enfatizado nas palavras de Charaudeau (1983):
A noção de ‘contrato’ pressupõe que os indivíduos pertencentes a um mesmo corpo de práticas sociais sejam capazes de entrar em acordo, a propósito das representações da linguagem destas práticas. Conseqüentemente, o sujeito que se comunica sempre poderá, com certa razão, atribuir ao outro (o não-EU) uma competência de linguagem análoga à sua que o habilite ao reconhecimento. O ato de fala transforma-se, então, em uma proposição que o EU dirige ao TU e para a qual aguarda uma contrapartida de conivência.(Apud Maingeaeau).
Desse modo, podemos entender a pragmática na análise do