Proveniencia
Marcus Vinicius Dorneles Remus et al.
38(2 - suplemento): 166-185, junho de 2008
Proveniência sedimentar: métodos e técnicas analíticas aplicadas
Marcus Vinicius Dorneles Remus1, Rogério Schiffer Souza2, José Antonio Cupertino3, Luiz Fernando De Ros1, Norberto Dani1 & Maria Lidia Vignol-Lelarge1
Resumo A análise da proveniência sedimentar é uma ferramenta crescentemente utilizada na análise de bacias e particularmente na exploração de reservatórios de hidrocarbonetos. A composição original das areias controla diretamente os tipos e a intensidade dos processos diagenéticos de redução e geração de porosidade nos arenitos. Por isso, estudos de proveniência capazes de identificar a distribuição espacial e temporal da composição original das areias são fundamentais para a predição da qualidade de potenciais arenitos-reservatório. A análise de proveniência permite identificar a composição mineralógica e litológica das áreas-fonte, inferir sua localização geográfica, clima e relevo, determinar as principais rotas de distribuição das areias, e estimar a distância e tempo de transporte. A diversidade de minerais pesados encontrada em arenitos e a ocorrência de paragêneses diagnósticas de rochas-fonte particulares torna a análise de minerais pesados a técnica mais sensível e robusta aplicada na análise de proveniência. A combinação de análises de minerais pesados detríticos com a petrografia de rocha-total, composição de feldspatos, tipologia de quartzo e tipos de fragmentos de rocha permitem estabelecer a complexa história do sedimento desde a área-fonte até o sitio de deposição. Além disso, as técnicas analíticas modernas de microanálise permitem a determinação precisa, da composição química de grãos detríticos individuais por meio de microssonda eletrônica (p.ex. granadas e turmalinas), das idades de zircão, monazita e titanita via SHRIMP (Sensitive High Resolution Ion Microprobe) ou ICPMS – LA (Inductively-Coupled Plasma Mass