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Nesta mensagem do livro que estudamos, Fénelon refere-se aos tormentos, ou seja, aos sofrimentos, às privações, às penas, dores, aflições, torturas, inquietações, que sofre o homem, como conseqüências das ações negativas, na busca da sua felicidade.
Uma vez mais, vemos a idéia de que na Terra não existe felicidade sem mescla, visto ser nosso mundo, moradia de espíritos rebeldes às leis do bem e do amor; mundo este, onde, com todo o desenvolvimento intelectual já alcançado, a guerra entre povos e até entre irmãos de um mesmo país, se constitui um recurso para resolver-se discordâncias, desavenças, agressões...
Pode o homem terreno gozar de uma felicidade relativa, que vem da "paz do coração", da consciência do dever cumprido, da busca do entendimento das diferenças de idéias, usos e costumes, no respeito aos outros, no exercício das leis e da justiça, sem colocar-se como acusador e juiz dos seus irmãos, auxiliando-os nas necessidades físicas e morais, ou seja, fazendo ao outro o que desejaria lhe fizessem, como asseverou Jesus.
Na busca porém, dos prazeres materiais, que lhe satisfazem o orgulho, a vaidade, a ambição, dando-lhe uma sensação de felicidade momentânea e ilusória, cria o homem aflições e sofrimentos, dos quais não precisaria, se houvesse buscado a felicidade nas coisas que levará consigo após a morte do corpo físico.
Fénelon cita, como exemplo, os tormentos causados pela inveja e o ciúme, lembrando que quem os tem e os alimenta, não tem repouso, sofre insônias, procurando meios de ofuscar o outro, de sobrepujá-lo, procurando causar-lhe sofrimentos, despertando-lhe também, a cólera da inveja e do ciúme.
Esses sofrimentos, essas aflições, não estão enquadrados na afirmação de Jesus: "Bem-aventurados os aflitos porque serão consolados", visto que são causados por sentimentos e emoções negativos, gerando conseqüências também negativas: são tormentos voluntários, criados por quem os sente.