Protágoras
Protágoras acede ao pedido de Sócrates para explicitar a sua posição e permite que a audiência escolha a forma de o fazer: contar uma história (mythos) ou apresentar argumentos (logos). Os presentes deixaram a escolha para Protágoras. Primeiramente, o sofista narra o mito de Prometeu. Trata-se de um mito que explica como surgiram os seres vivos e como Prometeu e Epimeteu distribuíram as qualidades.
Epimeteu distribui as qualidades, poderes e defesas tendo em conta o equilíbrio das espécies, mas quando chega a vez do homem, não tem nada para lhe oferecer. Prometeu decide então compensar o homem e, para isso, rouba o fogo e a sabedoria artística aos deuses e dá-as ao homem para que estes possam sobreviver. Os homens tinham recebido capacidades para se defrontarem com a natureza através das dádivas. Surge então a necessidade de se agruparem e viverem em cidades. Não o conseguem fazer por não possuírem a arte de gerir a cidade, que inclui o sentido de justiça (dike) e o respeito mútuo, por si próprio e pelos outros, razão pela qual iam se destruindo. Zeus, receoso, ordenou a Hermes que distribuisse respeito e justiça por todos os homens. Só sendo estas qualidades partilhadas por todos é que podem existir cidades. Deste modo, a arte de gerir a cidade não é inata, a