Proteção radiológica à criança e ao adolescente
A menção da palavra "radiação", frequentemente, evoca algum tipo de ansiedade em pacientes, familiares e mesmo em profissionais da área de saúde. A radiação é percebida como um risco único. Essa percepção tem muitas fontes incluindo a qualidade da informação para o público em geral, sobre as lesões de radiação real ou o medo de armas ou acidentes nuclea-res, tais como em Chernobyl e, mais recentemente, Fukushima, no Japão. O medo resultante destes eventos deve ser reconhecido e devidamente esclarecido quando da utilização de exames de imagem para fins diagnósticos ou terapêuticos que utilizam radiação ionizante1.
Por outro lado, com a incorporação de inovações tecnológicas, há uma tendência de ocorrer um grande aumento no uso de radiação médica, a maioria atribuída aos novos equipamentos multidetectores de tomografia computadorizada. O National Council on Radiation Protection and Measurements, recentemente, apontou que 24% do total da dose coletiva nos Estados Unidos pode ser atribuída a este método de imagem. Esta escalada dramática e contínua na utilização para o diagnóstico e tratamento em medicina tem levado alguns autores a manifestar preocupação com a crescente exposição à radiação da população geral. Ao mesmo tempo, pesquisas recentes indicaram um percentual surpreendente de exames clinicamente não justificados e de utilização de protocolos para a realização dos exames não otimizados, sobretudo para os exames de imagem pediátricos. O consenso da literatura mundial indica como o ideal para a redução da dose de radiação, para a realização de exames de tomografia computadorizada, aquela suficiente para o diagnóstico e não para a melhor imagem radiológica1.
A confluência desses conceitos pode contribuir para a estigmatização da utilização da radiação na prática médica, que poderia resultar em catastrófica perda de confiança pública e relutância dos pacientes para aceitação de exames ou tratamentos necessários. Com a crescente consciência e