Prosódia - fonologia
Imagine a fala de um robô – ou pelo menos as limitações correntes que fazem para ela, em filmes, por exemplo. Qual é a maior diferença entre ela e a fala de seres humanos? Certamente você terá notado que por melhor que o robô articule cada um dos sons constituintes das cadeias de fala que é capa de produzir, sua fala é monotônica, isto é, não é dotada de uma “melodia”, o que faz ser percebido como um fato desprovido de sentimentos e emoções. O que confere à fala dos seres humanos sentimentos e emoções é um fato que chamamos de “prosódia”, que podemos dizer, grosso modo, que se trata da “melodia da fala”. Mas o que é, exatamente, a prosódia? “Num livro de introdução aos estudos de prosódia, Couper- Kuhlen (1986), observa que: O termo prosódia remonta aos gregos, que usavam a palavra prosódia para referir-se aos traços da fala que não eram indicados pela ortografia, especificamente ao tom ou ao acento melódico que caracterizavam as palavras do Grego Antigo. Mais tarde, os símbolos ortográficos que refletiam os acentos tonais foram introduzidos e eles também ficaram conhecidos como prosódias. As sílabas que carregavam uma prosódia aguda no Grego Antigo, eram produzidas num tom alto, enquanto as sílabas com uma prosódia grave tinham tom grave, e aquelas com uma circunflexa tinham um tom alto, seguido de um baixo. A prosódia foi então associada, desde cedo, aos traços melódicos da língua falada”. Mais tarde, ainda segundo a autora, o termo prosódia ganha um sentido mais amplo, passando a designar os traços que não se expressam na sucessão segmental de consoantes e vogais, como duração e acento, por exemplo, além dos tons que o sistema ortográfico do Grego Antigo já marcava. Com o desaparecimento dos tons no Grego Clássico e sua conseqüente substituição por acentos, o termo prosódia se estreita, passando a denotar distinções de acento, o que levaria tal termo a relacionar-se intimamente com