Propriedades gerais das respostas imunes
O termo imunidade deriva da palavra latina immunitas, que se refere à proteção contra demandas judiciais que os senadores romanos sofriam durante o seu mandato. Historicamente, a imunidade significava proteção contra doenças e, mais especificamente, contra doenças infecciosas. As células e as moléculas responsáveis pela imunidade constituem o sistema imunológico, e a sua resposta coletiva e coordenada a substâncias estranhas é denominada resposta imunológica. A função fisiológica do sistema imunológico é a defesa contra micro-organismos infecciosos. Entretanto, até mesmo substâncias estranhas não infecciosas podem desencadear respostas imunológicas. Além disso, os mecanismos que normalmente protegem os indivíduos das infecções e que eliminam as substâncias estranhas também são capazes de provocar lesão tecidual e doenças em algumas situações. Portanto, uma definição mais abrangente de resposta imunológica consiste em uma reação a componentes de micro-organismos, bem como a macromoléculas, como proteínas e polissacarídeos, e a pequenas substâncias químicas que são conhecidas como elementos estranhos, independentemente das consequências fisiológicas ou patológicas dessa reação. Em algumas situações, até mesmo moléculas próprias podem desencadear respostas imunológicas (as denominadas respostas autoimunes). A imunologia é o estudo da resposta imune nessa acepção mais ampla e dos eventos celulares e moleculares que ocorrem após um organismo entrar em contato com micro-organismos e outras macromoléculas estranhas. Os historiadores frequentemente atribuem a Tucídides, em Atenas, no século V a.C., o mérito de ter sido o primeiro a usar o termo imunidade contra infecções à qual deu o nome de peste (mas que provavelmente não se tratava da peste bubônica que conhecemos hoje em dia). É possível que o conceito de imunidade protetora já existisse muito tempo antes disso, como sugere o antigo costume chinês de tornar as