Promoção da saúde
Promoção da Saúde no Brasil Hoje
As relações entre saúde e condições de vida são conhecidas há mais de 150 anos através da extraordinária contribuição de sanitaristas como Chadwick, Johann Peter Frank e médicos ligados à corrente da Medicina Social, como Virchow, Neumann e Villermé.
Esta tradição de pensadores e políticos se estendeu até o nosso tempo, quando tais relações foram demonstradas pelo célebre Black Report, inglês, e na América Latina, por gente como Bemh, Breihl, Gandra e Laurell. No Brasil, tivemos Samuel Pessoa e Josué de Castro e, mais recentemente, Paim, Monteiro e Minayo, entre tantos outros pesquisadores. O tema vem sendo reiteradamente discutido e tais relações analisadas tanto nos Congressos de Abrasco, quanto no plano nacional e em centenas de espaços locais, onde trabalham os sanitaristas brasileiros.
Do que nos ressentimos, entretanto, é de teorias que dêem sustentação à ação e de práticas comprovadamente eficazes de intervenção sobre os determinantes da saúde que, como sabemos, são no mais das vezes não-biológicos e externos ao sistema de saúde. Em 1976, o Informe Lalonde (então Ministro da Saúde do Canadá) cunha o conceito de “campo da saúde” insistindo que a saúde depende de fatores biológicos, ambientais (incluindo ambientes físicos, econômicos e sociais), comportamentais, e aqueles próprios do sistema de saúde.
Dez anos após, realizou-se, também no Canadá, a I Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde, que concluiu com a Carta de Ottawa e lançou um movimento que desde então vem sendo denominado de “promoção da saúde”. Nesta Conferência foram estabelecidas as bases conceituais da promoção da saúde, sendo seguida pelas Conferências de Adelaide (1988), Sundsval (1991) e Jakarta (1997), além da Conferência de Santafé de Bogotá (1992), que tratou do tema pela primeira vez na América Latina.