projeto leitura

Nós, seres humanos – distintos de outros seres por sermos dotados de inteligência – temos o poder de manipular nosso conhecimento de acordo com o estímulo que recebemos ou com nosso interesse. O ensino, no entanto, vem deixando muito a desejar no que diz respeito a estímulo. A verdade é que o estímulo não deixa de existir, mas é diretivo e autoritário, de tal maneira que cria seres capazes de seguir regras com perfeição, porém incapazes de tecer uma crítica ou comentário sobre o que está fazendo.
Tendo em vista que temos que interagir com nosso conhecimento, é natural que o ensino deva ser interativo. Como fazer isso é a grande questão.
Quando chegamos à escola, temos um domínio de língua, isso é um dado indiscutível, já que somos perfeitamente capazes de nos comunicar. GERALDI (1999:31-32), tratando da função do ensino da língua, aponta que uma das finalidades de aprendê-la seria para “servir de guia para outras aprendizagens” e, que “saber língua seria uma chave com que abrir o caminho de acesso a outros conhecimentos”. Nesse sentido, a função da escola no ensino da língua é de reflexão sobre a linguagem sem deixar de considerar a história de uso lingüístico que o aluno traz consigo. Assim sendo, o estudo da língua não se esgota em si mesmo, mas é ingrediente fundamental de processos de interação de que o aluno participa a todo momento, dentro e fora da escola. “O significado não é o que é necessário para
‘acessar’ a outros conhecimentos, mas o que encontra ancoragem nos conhecimentos anteriores, construídos em processos interlocutivos que antecedem à entrada para a própria escola e que durante o período escolar, continuam a existir fora da escola.”( ibid.: 41)
De acordo com suas experiências, o sujeito é capaz de interagir com a linguagem, o que supõe um exercício de construção e não mera reprodução ou repetição. Nesse sentido a escola peca e muito pois trabalha normalmente com a leitura repetição de informações, deixando de lado a sua