projeto genoma
A zootecnista Janete Desidério Sena, do Departamento de Biologia Aplicada à Agropecuária, da FCAV, explica a resistência que muitos têm contra os transgênicos. "Se as grandes multinacionais explicassem que, num futuro próximo, com uma segunda geração de produtos, uma criança poderá comer uma banana transgênica e ficar automaticamente vacinada contra a poliomielite, ninguém seria contrário à idéia", afirma a docente, que trabalha com a bactéria Bacillus thuringiensis, que produz uma toxina mortal para os insetos, mas inofensiva aos humanos. "Presente no milho transgênico Bt, por ser resistente a pragas, ela leva a uma diminuição do uso de inseticidas na lavoura."
Para Rosolem, da FCAV, os produtos que resultam da engenharia genética não são uma ameaça aos consumidores. "Os transgênicos são até mais seguros que os alimentos obtidos pelo melhoramento convencional, pois passam por testes mais rigorosos e sua produção está em ascensão em todo o mundo", afirma. "Quanto ao meio ambiente, eles podem proporcionar uma significativa redução da carga de poluentes lançados no planeta."
Comida barata, para 800 milhões de famintos
A fome preocupa a Organização das Nações Unidas, ONU. Por isso, um de seus braços, a Food and Agriculture Organization (FAO), tem como proposta reduzir os 800 milhões de famintos do planeta a metade, nos próximos 15 anos. "Para atingir essa meta, é preciso produzir comida barata, e, aparentemente, os transgênicos podem reduzir o custo de produção, viabilizando uma melhor e maior oferta de comida", diz o engenheiro agrônomo