Projeto Genoma Humano
1945 foi um ano cheio de marcos para a humanidade e também para a revolução da biologia. Os Estados Unidos promoviam nesse ano o primeiro ataque nuclear da História ao lançarem as bombas nas cidades japonesas Hiroshima e Nagasaki. Centenas de milhares de pessoas morreram em consequência do impacto da radiação ionizante das bombas. Além das consequências imediatas, a humanidade passou por diversos questionamentos nos anos seguintes. Entre várias questões levantadas, o Departamento de Energia do governo norte-americano tinha algumas perguntas específicas: Quais os efeitos da radiação sobre o DNA humano? Qual o efeito da exposição a elevadas doses de radioatividade sobre a taxa de mutações no DNA de sobreviventes desses ataques? Quais os efeitos dessas mutações sobre as gerações seguintes?
Na época em que foram levantadas essas questões não havia tecnologia disponível sequer para estimar o tamanho do projeto, devido à isso, o avanço para as respostas começou em um ritmo lento. Apenas em 1956, número de cromossomos foi determinado corretamente e somente 20 anos depois, o primeiro gene humano foi clonado. No meio dos anos 80, já com um certo avanço tecnológico, a discussão sobre a possibilidade de sequenciamento do genoma humano era mais pragmático. O projeto começou a ser delineado em uma reunião co-patrocinada pelo DOE, em dezembro de 84, nos Estados Unidos. Para responder às questões levantadas desde os ataques nucleares, houve a necessidade da criação de um projeto mais ousado, o Projeto Genoma Humano (PGH).
Em 1985, foi uma das primeiras vezes em que o sequenciamento foi discutido seriamente, em uma reunião promovida por Robert Sinsheimer, reitor na Faculdade da Califórnia, em Santa Cruz, nos EUA. Algumas pessoas achavam a ideia prematura, já outros consideravam-na absurda. Graças às tecnologias de sequenciamento sugeridas nas reuniões de 85, já era possível se pensar nas estratégias que deveriam ser seguidas para atingir os