projeto anfibios
(BRACHYCEPHALIDAE: Brachycephalus e BUFONIDAE: Melanophryniscus)
Pesquisador responsável:
Marcio Roberto Pie
Prof. Adjunto II
Departamento de Zoologia
Universidade Federal do Paraná pie@ufpr.br Instituição Financiadora
Fundação Boticário para a Proteção da Natureza
INTRODUÇÃO
A Floresta Atlântica é considerada um dos maiores hotspots de riqueza e biodiversidade no mundo, abrigando mais de 8.500 espécies endêmicas (MYERS et al. 2000). Estima-se que a distribuição original da Floresta Atlântica excedia 1.5 milhões de km2, incluindo uma grande diversidade de zonas climáticas e formações vegetacionais estendendo-se do nordeste brasileiro a partes do
Paraguai e Argentina (GALINDO-LEAL & CÂMARA 2003). Atualmente, mais de 93% dessa distribuição foi perdida (MYERS et al. 2000) e esforços consideráveis têm sido feitos para definir estratégias eficientes e regiões prioritárias para a proteção das áreas remanescentes (TABARELLI et al. 2005).
Um dos maiores desafios à conservação de um bioma tão complexo como a
Floresta Atlântica é compreender os processos que geraram e mantém sua biodiversidade (MORITZ 2002). Neste sentido, pouco se sabe sobre a história evolutiva da Floresta Atlântica e os mecanismos responsáveis pela distribuição atual de suas espécies. Estudos biogeográficos tem indicado que a distribuição de espécies ao longo da Floresta Atlântica não é homogênea, evidenciando a existência de refúgios biogeográficos acompanhando as flutuações climáticas do
Quaternário (CARNAVAL et al. 2009). Porém, os autores não tem concordado quanto ao número de áreas de endemismo e suas delimitações (ex. COSTA &
LEITE 2000, SILVA et al. 2004, SIGRIST & CARVALHO, 2008).
Um importante avanço no conhecimento da história evolutiva recente da
Floresta Atlântica foi obtido em um estudo por Carnaval et al. (2009), onde dados de modelagem paleoclimática foram integrados à genética de populações de três
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