Amphibia
Anfíbios
Uma Análise da Lista Brasileira de Anfíbios Ameaçados de Extinção
Célio F. B. Haddad 1
A classe Amphibia (anfíbios) corresponde ao grupo que engloba os animais conhecidos como Gymnophiona ou Apoda (cobras-cegas), Caudata ou Urodela (salamandras) e Anura (sapos, rãs e pererecas). No Mundo, são conhecidas cerca de 6.100 espécies de anfíbios (AmphibiaWeb, 2006; Frost, 2007), das quais cerca de 800 ocorrem no Brasil (SBH, 2005). O grupo dos sapos, rãs e pererecas é de longe o mais diversificado no mundo, o mesmo ocorrendo no Brasil. O grupo das cobras-cegas é relativamente diversificado no país, com cerca de 30 espécies, e o grupo das salamandras é representado por apenas uma espécie conhecida, que ocorre na bacia Amazônica. Os anfíbios são um grupo de grande importância ecológica, tanto por sua grande diversidade quanto pelo fato de corresponderem a um grupo de interface entre a água e a terra. Grande número de espécies de anfíbios apresenta ciclo de vida bifásico, com uma fase larval aquática – exclusiva de água doce – e outra fase terrestre, pós-metamórfica. Cada uma dessas fases tem ecologia particular. Na fase larval, podemos encontrar dietas que variam de acordo com a espécie: as larvas podem ser comedoras de algas, detritívoras, filtradoras, onívoras ou carnívoras. Na fase pós-metamórfica, os anfíbios são predadores por excelência, capturando presas nos ambientes aquáticos e terrestres, principalmente invertebrados. Também servem de alimento a uma imensa gama de animais, desde invertebrados até peixes, répteis, aves, mamíferos e mesmo algumas espécies de anfíbios. Tendo em vista a pele permeável e exposta e a ocupação de habitats aquáticos e terrestres, os anfíbios são considerados como indicadores sensíveis a diversos fatores ambientais (Blaustein, 1994). São também uma fonte riquíssima em compostos biologicamente ativos, usados em pesquisas farmacológicas (e.g., Daly et al., 2005; Van Compernolle et al., 2005; Tempone et al., 2007). Por