Professora
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Faculdade de Letras
Por:
Nãnashara C. Boehm da Silva
Aluna de Português – Literaturas
Turma: LEA
Rio de Janeiro, 25 de junho de 2007.
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Aluna: Nãnashara Cavalcante Boehm da Silva
Professora: Danielle Corpas
Análise Crítica : O Artista Inconfessável
Muito já se escreveu sobre o caráter auto-reflexivo da obra de João Cabral de Melo Neto, autor que confessa ser um poeta com vocação para crítico literário. A hipótese do trabalho consiste em que Cabral, desde muito cedo em sua obra, está às voltas com questões que envolvem exigência estética, demandas ao público leitor e à autocrítica do poeta, questões que, sobre configurar o problema, remetem de forma direta à literatura brasileira como sistema.
Em O artista inconfessável, Cabral considera inútil “fazer o que seja”, mas também argumenta que “não fazer nada” é tão inútil quanto. Entretanto, dentre todas essas inutilidades é preferível o inútil do fazer, porém sem esquecer do quanto ele é inútil.
O artista inconfessável, que não pode ou não deve confessar-se, no entanto confessa dúvidas que atingem fundo à prática cabralina de dar valor incontestável ao fazer como maneira de assegurar a comunicação.
(Peixoto, Marta)
O caráter inconfessável do artista parece ser uma espécie de escárnio com a alegada recusa da confissão, inconfessável plenamente “confessado” ou figurado no infinitivo verbal que se repete de alto a baixo no poema. A reincidência no inútil do que é feito é falsamente redundante e acentua o procedimento necessário de quem, desde muito insiste em Vinte palavras sempre as mesmas/ de quem conhece o funcionamento,/ a evaporação, a densidade/ menor do que o ar.
Agora a perícia está a serviço do comentário auto-irônico e da recusa do leitor, que não é exortado mediante a função conativa, mas referido com todas as