professora
Numa época em que os progressos científicos e tecnológicos levam a uma transformação das condições da vida (...), torna-se impossivel captar a realidade em seu movimento rapidíssimo sem uma fantasia poderosa e aberta aos maiores paradoxos. A imaginação fantástica pode tornar- se um guia para a ação mais eficaz do que o simples raciocínio lógico no mundo de hoje, e sobretudo no de amanhã.
Mario Schenberg
O critico de arte e cientista Mario Schenberg defendeu, durante toda a sua vida, uma visão abrangente sobre as compatibilidades entre a arte e a ciência, na qual a fantasia e a criação são parceiras do raciocínio lógico. Muito antes, artistas já demonstraram conexões entre o pensamento e os sentidos. Por exemplo, no Renascimento, Leonardo Da Vinci, em sua vasta obra, evidenciou a relação entre as investigações e o processo criativo, à sensibilidade estética e pictórica. Artistas, cientistas e filósofos têm mostrado através dos tempos os laços entre a imaginação, a experimentação e as permanentes indagações sobre o seu tempo.
Na arte contemporânea a intuição é basicamente a mãe de todo o processo do trabalho artistico.
O trabalho de Bia Black é gestual, forte e colorido, mas é, antes de tudo, intuitivo, e aproxima-se da valorização contemporânea da intuição como principal responsável pelo conhecimento e percepção de mundo.
Nas diversas exposições coletivas e salões de arte que participou, Bia distingue-se pela sua criatividade incessante destituída de preconceitos. As profundas reflexões escondidas em muitas de suas obras revelam sutilmente as significações de sua visão do mundo, evidenciadas também pelas suas origens e formação na área de ciências: a fonoaudiologia. Por isso, quando Bia cria e pinta na tela um coração, o faz com seus movimentos e formas