professora
É comum que nas famílias mais tradicionais, o retrate, mesmo que sem muita vontade, ou quase nenhuma por vezes, o desejo dos pais, transformando-se no que eles sonham que seus filhos sejam, seja na profissão, no dia a dia e até na forma pessoal de cada um agir. É fácil perceber neste primeiro capitulo o inconformismo de Luisa com toda essa permanência no cotidiano tradicional, aceitando e fazendo realizar o sonho dos pais, e não o seu, mesmo que os de seus pais, não fossem os piores, como relata o autor.
Tem também o noivo Delcídio, que retrata uma figura comum, aquela que sem muita pretensão e ambição, se acomoda nos moldes do que a vida lhe ofereceu sem querer buscar novos horizontes, ou achar o porquê disto, vendo a vida como o que lhe aparece na frente, e quando aparece algo difícil, diferente, vira-lhe as costas e deixa passar batido.
Corre uma insegurança gigante no sangue de Delcídio, visto já perceber que sua noiva não faz parte do mundo em que o comum é aceitável, e sim, do meio em que se busca incansavelmente à vontade de adquirir, seja fortuna.
O curso de odontologia, por mais que fabuloso rentável e digno, não é e nunca foi o desejo de Luisa, e sim dos pais, se ela, observadora como o autor faz questão de frisar, vê na sua tia Fernanda, a persistência invejável no fazer acontecer. Claro, pois uma mulher que inicia sua vida profissional vendendo abacate de porta em porta e cresce a ponto de possuir um dos comércios mais bem movimentados de Belo Horizonte, há de ser um exemplo para Luisa, a fonte de seus desejos, a guardiã de sua ânsia.
Tanto que Luisa inicia sua trajetória empresarial com a confidencia de seus planos a tia Fernanda, que seria, mesmo que relutante, a única pessoa naquele momento a dar o impulso a que