professor de educação infantil: seu valor
SEU VALOR
Rosana Aguiar de Souza Felicio
Resumo
O presente artigo descreve a trajetória, de um profissional que atua na educação infantil em nosso país. Ao longo da história, tem-se reforçado a imagem do profissional dessa área como sendo a da mulher "naturalmente" educadora, passiva, paciente, amorosa, que sabe agir com bom senso, é guiada pelo coração, em detrimento da formação profissional. A não-valorização salarial, a inferioridade perante os demais docentes, a vinculação do seu trabalho com o doméstico e a deficiência articulam-se à difusão da figura mitificada, que não consegue desvincular-se das significações que interligam a mãe e a criança.
Palavras – chave: Educação infantil. Valorização profissional.
1 Introdução
Educação infantil, espaço de vivências de crianças menores de sete anos - este é o princípio que tem motivado professores e pesquisadores na luta em defesa do caráter educativo desta etapa da educação básica em nosso país.
Apesar de haver um consenso entre muitos pesquisadores, professores administradores e até políticos sobre o verdadeiro papel da educação infantil, o que se presencia no cotidiano deste segmento da educação, ou seja, na rotina diária de uma creche, é que ainda existe uma grande distância entre o ideal e o real, entre o que se deve fazer e o que se pode fazer no que tange ao ato de ensinar.
A rotina do cuidar, predominante nas instituições de educação infantil que trabalham com crianças de período integral tem dificultado e muito a realização de um trabalho pedagógico que permita o desenvolvimento da criança em sua plenitude, pelo contrário o que se observa dentro das creches é a abreviação desse desenvolvimento através de uma rotina rígida e uniformizada. Esta é entendida como sendo uma estrutura que gerencia o tempo-espaço da creche que por sua vez, obedece a padrões pré-determinados que sejam impostos tanto aos alunos quantos aos funcionários da