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Perturbador... Foi essa a impressão que me deixou a alegoria do inglês vencedor do Nobel de Literatura, William Golding.
A um leitor desavisado talvez a trama possa passar por um livro de aventura. Os elementos estão todos lá: garotos cheios de energia, ansiosos por se verem livres das sufocantes regras impostas pelos adultos, abandonados em uma ilha inabitada, cheia de mistérios e pronta a ser explorada. Mas as semelhanças com este tipo de gênero literário acabam por aí!
O Senhor das moscas é a história de um grupo de meninos que estava viajando e o avião caiu em uma ilha deserta. A história é contada na maior parte das vezes pelo ponto de vista de Ralph, que se torna o líder depois de uma votação democrática e rapidamente decide que eles precisam ter regras para sobreviver no local.
Ralph tem um aliado muito importante, o Porquinho, que funciona como o cérebro do grupo. Ele é muito cético e tem as melhores idéias, sempre usando o bom senso. Ele também se torna um aliado muito bom, porque a maioria das crianças só está interessada em se divertir e caçar e, muitas vezes, Ralph e Porquinho parecem ser as únicas pessoas realmente interessadas em encontrar uma maneira de sair da ilha.
Outro personagem que se destaca é Jack, o líder do coro de meninos. Jack também tem características de um líder, e muitas vezes discute com Ralph, já que divergem em vários assuntos. No início, Jack chega a respeitar as atitudes de Ralph, mas com o tempo a inveja pela liderança aflora e os dois se tornam inimigos declarados.
No início, o prazer pela caça que Jack e os outros demonstram parece fazer parte de uma grande brincadeira, coisa de criança, mas com o passar do tempo a diversão se torna obsessão e vira uma atividade doente de caça e matança.
William Golding discute o instinto humano de sobrevivência e mostra como o medo do desconhecido pode afetar o julgamento e criar pessoas cada vez mais violentas. O livro foi escrito logo após