Produção Textual
História Econômica
Luiz Eduardo Simões de Souza
Mestre em História Econômica DH - FFLCH – USP
Uma das prerrogativas que caracterizam a História Econômica é a manipulação de dados quantitativos, pelos métodos que se oferecem a ela, oriundos dos diversos campos do conhecimento em Ciências Exatas.
As principais ferramentas quantitativas do historiador econômico são a Estatística e a Econometria1. Pela Estatística, o historiador pode construir séries temporais das mais variadas características da população de seu objeto de estudo, encontrando as mais distintas inter-relações entre elas. A Econometria permite a construção de relações funcionais entre os dados registrados pela Estatística, possibilitando a elaboração de explicações mais dinâmicas, por meio da identificação de relações causais e de comportamentos cíclicos.
Mesmo em campos outros que não os supracitados é possível encontrar-se importantes ferramentas ao historiador econômico, da qual é exemplo a análise contábil, cujas informações podem fornecer subsídios ímpares à interpretação do estudioso.
Convém diferenciar a manipulação sistemática de dados quantitativos do uso de modelos explicativos do comportamento dos mesmos. Identificamos no historiador econômico, além das possibilidades metodológicas dadas ao historiador em si2, a possibilidade de ajustar as informações quantitativas a modelos de análise econômica derivados de diversas perspectivas teóricas. Um modelo de análise marxista, por exemplo, deverá necessariamente abordar a interação entre as diversas classes sociais, tendo entre os indicadores quantitativos da construção do modelo espoliativo da classe proletária a composição de custos médios para o capitalista, na reprodução das condições produtivas que conduzem à acumulação de capital. Tal preocupação é escanteada pelo estudioso de perspectiva Weberiana, mais preocupado com a interação das relações produtivas com a
1